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Mesmo com movimento no Centro, lojas vendem 60% menos durante a pandemia

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Gabriel Haesbaert (Diário) 
Movimento no Centro não se reflete em vendas

Em meio a restrições e afrouxamentos das medidas de isolamento social, o comércio tenta se reinventar. Segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Santa Maria, atualmente, as lojas vendem cerca de 40% do que comercializavam antes do mês de março, que marcou o primeiro caso de infecção por Covid-19 na cidade.

Na última semana, por decreto, a prefeitura alterou o horário do funcionamento do comércio, passando a operar das 11h às 17h de segunda as sexta-feira e das 9h às 15h nos sábados. Na prática, a operação segue em um turno único de seis horas, como era antes, apenas abrindo e fechando uma hora mais cedo.

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A alteração não foi bem recebida pelas entidades representativas do setor, que esperavam operar durante mais tempo, justamente para evitar aglomerações de pessoas no Centro. A proposta do Sindilojas Região Centro, enviada à prefeitura, era de que o comércio pudesse funcionar das 9h às 18h, com dois turnos de seis horas para os funcionários. Os primeiros iriam trabalhar das 9h às 15h e os demais, das 12h às 18h. Com isso, as duas horas que sobrariam não seriam descontadas dos salário.

A proposta, contudo, não foi aceita pela prefeitura. O secretário da Casa Civil, Guilherme Cortez, justifica que não é momento de aumentar o horário de funcionamento das lojas, até porque boa parte do Estado foi classificada como bandeira vermelha no modelo de distanciamento controlado da última sexta.

IDAS E VINDAS
A presidente da CDL, Marli Rigo, traça um panorama de como o setor foi afetado pelas medidas de isolamento social - mesmo que não tenha sido registrado nenhum foco de contágio nas lojas de Santa Maria. Para ela, após a reabertura, no mês de abril, as pessoas tinham medo de circular pelas ruas e o comércio registrou o pior movimento durante a pandemia. Depois, quando houve a flexibilização para que as lojas ficassem abertas durante mais uma hora, o movimento aumentou e animou o setor. Contudo, após a classificação da região de Santa Maria como bandeira vermelha no modelo de distanciamento controlado - mesmo que depois a cidade tenha voltado para a laranja - os comerciantes sentiram, novamente, uma queda brusca nas vendas.

- As pessoas nunca deixaram de sair nas ruas, de fato. Elas continuaram circulando. O problema são as pessoas que não se cuidam e andam sem máscara na rua, por exemplo. Isso é um despropósito completo. Todos os protocolos estão sendo cumpridos rigorosamente. Mas dentro das lojas o fluxo é bem pequeno. A maior circulação são de pessoas nas ruas - afirma Marli.

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O presidente do Sindilojas, Ademir José da Costa, destaca a queda das vendas justamente no período do inverno, em que, teoricamente, mais gente vai em busca de roupas quentes para se aquecer. Ele aponta para o receio das pessoas em gastar neste momento pelas incertezas econômicas geradas pela pandemia.

- Não existe cliente dentro das empresas. Está bem complicado. As pessoas estão amedrontadas de gastar em razão de tudo isso. Muita gente já perdeu um emprego. Estaríamos vendendo a parte do inverno, agora. Isso, infelizmente, não está acontecendo - lamenta o dirigente lojista. 

ADAPTAÇÃO
Para driblar a queda nas vendas, os lojistas estão se reinventando para conseguir atrair clientes e, ao menos, sobreviver durante a pandemia. O Lojão Total, por exemplo, criou um site para que as pessoas possam comprar sem sair de casa. Além do próprio domínio, a empresa, que vende produtos para o lar e ferragem, ingressou em grandes marketplaces, como o Mercado Livre. O auxílio emergencial, de R$ 600 mensais repassados pelo governo federal tem sido outro aliado.

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- Depois da bandeira vermelha complicou tudo de novo. O auxílio que nos ajuda bastante. Existem clientes que estão saindo da agência da Caixa e vindo direto aqui. O site, com preços diferentes, está nos auxiliando muito também. O cliente pode comprar no site, por um menor valor, e retirar na loja - conta o gerente Vinícios Menezes, ao salientar que o cenário só não é pior porque a loja vende insumos para obras, o que permite operar em horário ampliado.

A loja de vestuários Gang, no Calçadão, registrou queda de cerca de 20% nos clientes. Segundo o gerente, Dione Wolmann, o horário praticado pelo comércio até sexta-feira, das 12h às 18h, prejudicava de forma significativa as vendas. Ele explica que o movimento de pessoas durante o intervalo do almoço representava um importante incremento para a loja.

ESSENCIAIS
Enquanto isso, comércios que vendem insumos considerados essenciais não registram queda acentuada nas vendas. Na Avenida Rio Branco, o gerente da loja Cimaco, que comercializa materiais de construção, afirma que o movimento está normal. A grande dificuldade, para ele, é a diminuição de 50% do número de funcionários imposta pela bandeira laranja.

- As vendas estão normais, só está mais corrido em função dos funcionários, mas precisamos cumprir as medidas e todos os protocolos de segurança - destaca.

Como as lojas de material de construção, óticas também podem abrir em horário ampliado. A gerente da Pontelli do Acampamento, Fernanda Fontoura, afirma que o movimento está normal, apesar da pandemia. 

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